Banco de coleta de sangue de cordão umbilical

Vereadores tentam viabilizar para Tupã banco de coleta, cuja função é armazenar células tronco para combate de doenças hematológicas graves, como leucemia e linfomas, entre outras

Publicado em: 29 de abril de 2010

Vereadores tentam viabilizar para Tupã banco de coleta, cuja função é armazenar células tronco para combate de doenças hematológicas graves, como leucemia e linfomas, entre outras


Existe um consenso no meio científico de que as células-tronco de sangue de cordão umbilical são uma esperança de cura para várias doenças hematológicas, como leucemia, linfomas, talassemia e anemias hereditárias, além de deficiências do sistema imunológico.

Diante dessa nova possibilidade científica, que trouxe esperança de cura para vários doentes e seus familiares, foi criado o projeto Criopreservação, que consiste em bancos de coleta do sangue do cordão umbilical e placentário.

A fim de colocar Tupã como pioneira da região nesse tipo de procedimento, os vereadores Luis Carlos Sanches (PTB) e Dra. Lucília Donadelli (PV) buscam apoio para implantar na cidade um banco de sangue de cordão umbilical e placentário ou um banco de coleta deste material.

Caso seja possível, os vereadores avaliam que Tupã ganharia destaque interregional, já que centros médicos da região ainda não realizam esse procedimento. “Tupã está no meio dessas cidades e estamos empenhados para obter apoio político e financeiro para viabilizar a implantação de um banco de sangue de cordão umbilical e placentário aqui na nossa cidade”, justifica Luis Carlos.

Dra. Lucília diz que o objetivo maior é viabilizar o banco de sangue de cordão umbilical, mas caso não seja possível, eles vão lutar para realizar pelo menos a coleta desse material na cidade. “Estamos buscando apoio para viabilizar essa iniciativa, que representará uma grande conquista na área médica para a nossa região”, afirma.

A vereadora, que também é médica, explica que a coleta não é dolorida, já que se trata de um procedimento simples e indolor tanto para o bebê como para a mãe, e que não existe qualquer risco durante a coleta.

“A coleta pode ser feita em qualquer tipo de parto, inclusive em prematuros, já que esse procedimento pode ser realizado a partir de 32 semanas gestacionais, conforme descrito na legislação que rege o funcionamento dos bancos de cordão umbilical e placentária”, observa.

A coleta

As células tronco são capazes de multiplicar-se e diferenciar-se nos mais variados tecidos do corpo humano e são descritas pela comunidade científica como “peças novas que podem substituir peças defeituosas”, isso porque elas se transformam em qualquer célula do organismo ou se fundem a uma célula doente, tornando-a saudável.

Elas são encontradas em vários tecidos do organismo, como: sangue do cordão umbilical, no próprio cordão umbilical, no líquido amniótico, na medula óssea, na gordura, nos dentes, no interior de alguns órgãos, sangue periférico, entre outros.

“É no sangue do cordão umbilical que facilmente conseguimos captar grande número de células tronco, e com o grande diferencial de serem “virgens”, ou seja, sem nenhuma interferência por fatores externos. Devemos guardar o sangue do cordão umbilical por ser uma das melhores fontes de células tronco”, ressalta Dra. Lucília.

Especialistas dizem que por ser uma célula que ainda não sofreu nenhuma influência de fatores externos (estresse, tempo, medicamentos, infecções, alterações de temperatura), tem demonstrado expressiva vantagem em sua eficácia terapêutica no tratamento de inúmeras doenças.

O sangue do cordão é coletado em sistema fechado, protegido de contaminação, sendo retirado por meio de punção da veia umbilical. É realizado no centro obstétrico após a retirada do bebê, e do corte do cordão umbilical. É realizada a assepsia do cordão pelo obstetra que realizará a coleta e o mesmo puncionará a veia do cordão umbilical que estará ainda ligado à placenta dentro do útero, ou não. Todo material é acondicionado em uma caixa de transporte de material biológico e encaminhado para o laboratório onde será processado e criopreservado a -196ºC.

O tratamento

Dra. Lucília observa que a forma de se realizar o transplante com células tronco depende da doença. Se for câncer de sangue ou doenças autoimunes (diabetes, lúpus, esclerose múltipla, entre outras) será realizada a quimioterapia para tirar a memória das células ruins, para depois infundir as células do sangue de cordão armazenado.

Nas doenças cardíacas, pulmonares, renais, derrame, entre outras, as células do sangue do cordão são colocadas diretamente no tecido lesado ou na corrente sanguínea. Em reparação do osso ou da pele, as células do sangue de cordão são carregadas por uma matriz, pois desta forma as células entendem que têm que se transformar no respectivo tecido.

“Vale lembrar que o sangue a ser utilizado é o da própria pessoa, portanto 100% compatível. No Brasil já se realizaram diversos transplantes desse tipo e já existem várias publicações médicas sobre isso”, observa o vereador Luis Carlos.

Andréia Simões
Assessoria da Câmara Municipal


Publicado por: Andréia Simões

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