Medidas contra o bullying na rede municipal de ensino
Projeto do vereador Luis Carlos Sanches pretende coibir violência escolar através de projeto pedagógico nas escolas municipais de educação básica
Publicado em: 08 de julho de 2010
Projeto do vereador Luis Carlos Sanches pretende coibir violência escolar através de projeto pedagógico nas escolas municipais de educação básica
“Bullying” é um termo em inglês utilizado para designar atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, contra alguém. A prática, que pode ser exercida por um indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar e agredir, causa dor, angústia e humilhação à vítima.
Prática infelizmente bastante comum no universo escolar, o bullying motivou aparecimento de diversas campanhas pelo mundo afora com o objetivo de alertar para as consequências psicológicas que esses atos de violência e intimidação podem causar e incentivar as conversas entre pais e filhos, amigos e escola.
Baseado nisto, o vereador Luis Carlos Sanches (PTB) está propondo através de projeto de lei em tramitação na Câmara a inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying no projeto pedagógico das escolas públicas de educação básica de Tupã, que incluem os ensinos infantil, fundamental e médio.
Objetivo é justamente acabar com a prática entre crianças e adolescentes no âmbito escolar através de medidas como a capacitação de docentes e equipe pedagógica para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema e a inclusão de regras contra o bullying no regimento interno da escola.
“Nossa proposta também visa a orientação das vítimas de bullying visando à recuperação de sua auto-estima para que não sofram prejuízos em seu desenvolvimento escolar, bem como dos agressores, por meio da pesquisa dos fatores desencadeantes de seu comportamento, sobre as consequências de seus atos, visando torná-los aptos ao convívio em uma sociedade pautada pelo respeito, igualdade, liberdade, justiça e solidariedade”, explica Luis Carlos, que ressalta a importância do envolvimento das famílias no processo de percepção, acompanhamento e crescimento da solução conjunta.
De acordo com o projeto, as escolas deverão manter atualizado o histórico das ocorrências de bullying em suas dependências e enviar relatório, via sistema de monitoramento de ocorrências, à Secretaria Municipal de Educação. Um decreto regulamentador estabelecerá as ações a serem desenvolvidas, como palestras, debates, distribuição de cartilhas de orientação aos pais, alunos e professores, entre outras iniciativas.
Luis Carlos Sanches reforça a necessidade de implementar ações para coibir essa violência principalmente no universo infanto-juvenil, período em que o indivíduo ainda está em processo de formação de sua identidade.
“Depressão, ansiedade, estresse, dores não-especificadas, perda de auto-estima, problemas de relacionamento, abuso de drogas e álcool são os principais problemas associados ao bullying, daí a necessidade de se combater exaustivamente esse problema”, afirma.
São exemplos de bullying acarretar a exclusão social; subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar; amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive utilizando-se de meios tecnológicos, entre outros.
Um dos casos mais chocantes de bullying escolar foi o de Curtis Taylor, aluno do oitavo ano de uma escola secundária em Iowa, Estados Unidos. Curtis foi vítima do bullying durante três anos consecutivos: era espancado nos vestiários da escola, suas roupas eram sujas com leite achocolatado e seus pertences, vandalizados.
Curtis não resistiu ao sofrimento e humilhação e suicidou em 1993. Este não foi um caso isolado. Na década de 90, os Estados Unidos se depararam com uma onda de tiroteios em escolas, realizados por alunos que se intitulavam vítimas da prática.
Publicado por: Andréia Simões
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